Há exatos 15 anos, o Brasil acompanhava a história do padre Adelir Antônio de Carli, que decidiu embarcar em uma viagem inusitada a bordo de balões de gás hélio. Infelizmente, sua aventura acabou em tragédia.
Vamos relembrar essa história e entender as motivações de Adelir.
Nascido em Ampére, Paraná, em 8 de fevereiro de 1967, Adelir tornou-se padre em agosto de 2003 e assumiu a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá. Lá, criou a Pastoral Rodoviária, um projeto para ajudar caminhoneiros na região. Ele era um paraquedista experiente e pretendia voar com balões de gás hélio para chamar atenção e arrecadar dinheiro para construir um hotel para caminhoneiros.
Adelir ficou conhecido por suas ações em prol dos direitos humanos e pelas “aventuras aéreas”. Em 2006, denunciou a violência contra pessoas em situação de rua em Paranaguá. Ele também almejava quebrar o recorde de voo com balões de gás hélio, que pertencia a dois americanos que voaram por 19 horas.
Antes da fatídica viagem, Adelir fez um voo-teste até a Argentina. No dia 20 de abril, ele partiu de Paranaguá, Paraná, com a intenção de chegar a Dourados, Mato Grosso do Sul, em um voo de 20 horas. Surpreendentemente, atingiu uma altitude de 5.800 metros acima do nível do mar, quase o dobro do previsto.
Infelizmente, Adelir perdeu contato com as autoridades e enfrentou problemas com seu GPS. No dia 20 de abril, seu último contato foi às 21h, a cerca de 25 km de São Francisco do Sul, Santa Catarina. Acredita-se que o mau tempo o levou em direção ao mar.
Após meses de buscas, os restos mortais do padre foram encontrados em 4 de julho de 2008, no mar, próximo à costa de Maricá, Rio de Janeiro. Foi confirmada sua identidade por meio de um exame de DNA.
O projeto de Adelir para caminhoneiros no Paraná, infelizmente, está fechado atualmente. O valor investido pela paróquia na época foi de cerca de R$ 800 mil.
Veja um vídeo que fala sobre o voo:
