A novidade já era! Partido Novo assume abertamente relação com a ultradireita, deixando de lado a máscara de moderninho. A saída de Amoedo e a chegada de Leandro Narloch evidenciam essa nova face.

Em 2016, o Partido Novo surgiu com a promessa de ser um sopro de ar fresco na política brasileira. No entanto, desde o início, muitos observadores já desconfiavam que se tratava apenas de um lobo com pele de cordeiro. Fundado por pessoas poderosas do mercado financeiro, sua agenda ultraliberal e ações questionáveis mostram que a novidade acabou e sua verdadeira natureza foi revelada.
Com o passar do tempo, o partido se aproximou cada vez mais do bolsonarismo e abandonou a ideia de ser “diferente” ou “moderno”. Amoedo, o principal fundador, percebeu que seu precioso sapatênis estava sujo de lama e decidiu sair do partido, tentando salvar sua biografia.

Mas isso não impediu que o partido continuasse a abraçar a ultradireita e mostrar sua verdadeira face. A chegada de Leandro Narloch, conhecido por suas polêmicas e posicionamentos reacionários, é mais uma prova disso. O bom e velho Partido Novo revela-se como a velha política com roupa nova.
O Partido Novo tem adotado uma postura cada vez mais ultraliberal, defendendo medidas como a privatização de empresas estatais, a desregulamentação do mercado e a redução dos impostos. Isso reflete a crença de que uma menor intervenção do Estado na economia pode impulsionar o crescimento e a geração de empregos. No entanto, tal abordagem também favorece uma maior concentração de riqueza nas mãos de poucos e pode prejudicar a população mais vulnerável, que depende de políticas públicas e programas sociais.
Outro sinal do ultraliberalismo do Partido Novo é a ênfase na meritocracia, promovendo a ideia de que o sucesso individual depende apenas do esforço e do talento de cada um. Embora essa noção possa parecer atraente à primeira vista, ignora as desigualdades sociais e econômicas que limitam as oportunidades para muitos brasileiros. Além disso, ao priorizar a iniciativa privada, o partido pode desconsiderar a importância de investimentos públicos em áreas cruciais, como saúde, educação e infraestrutura.
O alinhamento com a ultradireita também se reflete no posicionamento do partido em questões de direitos humanos e políticas sociais. Muitos membros do Partido Novo têm adotado posturas conservadoras, opondo-se a medidas progressistas como a legalização do aborto, o casamento igualitário e a descriminalização das drogas. Essa postura reacionária reforça a ideia de que o partido se afasta de uma agenda moderna e inclusiva, aproximando-se cada vez mais das pautas defendidas pela ultradireita brasileira.
E assim, o Partido Novo revela que, escondido atrás da camisa polo bem passada, há um sapatênis atolado na ultradireita, exalando aquele odor desagradável que todos nós já conhecemos. Pisaram na merd@.
NOTA DO AUTOR: Recomendo a leitura da matéria do João Filho no The Intercept que foi a fonte de inspiração do meu texto.