Gente, eu sei que todos estamos com muito medo de tudo isso que tem acontecido nas nossas escolas, mas concordam que não adianta só mostrar serviço sem que resolva o problema de verdade? Em outras palavras, a solução que precisamos não é de “nos sentirmos seguros”, mas de verdade “sabermos que estamos seguros”.

Ataques recentes a escolas em São Paulo e Santa Catarina levaram a uma onda de projetos de lei voltados para a segurança em instituições de ensino. Estamos falando de mais de 100 projetos de lei protocolados nas Assembleias Legislativas em menos de um mês.
Algumas das medidas propostas incluem:
- Instalação de portas giratórias, detectores de metais e muros altos nas escolas;
- Obrigatoriedade de revistas em mochilas dos estudantes;
- Implementação de sistemas de reconhecimento facial para acesso às escolas;
- Presença de policiais armados durante o horário das aulas;
- Capacitação de alunos, professores e funcionários em prevenção e mitigação de atos violentos;
- Acesso a psicólogos e assistentes sociais para alunos da rede pública estadual.
Embora algumas dessas medidas possam parecer úteis à primeira vista, é importante lembrar que “armas nunca serem solução pra nada”. Investir em educação de qualidade, no bem-estar dos alunos e em políticas de prevenção pode ser muito mais eficiente do que simplesmente transformar escolas em cenários de reality show de segurança.
Olhando para os Estados Unidos, onde mais de 3 bilhões de dólares foram gastos em sistemas de vigilância em 2021, os ataques aumentaram em 2022. Esse dado mostra que a solução não está necessariamente em mais segurança física, mas sim em entender e prevenir as causas que levam a esses ataques.
É essencial repensar as prioridades no investimento na infraestrutura das escolas. Afinal, de acordo com dados do censo escolar de 2021, 30% das escolas públicas brasileiras não têm água tratada, 53% não estão conectadas à rede de coleta de esgoto e 36% não possuem internet em banda larga.
Em vez de focar apenas em medidas de segurança ostensivas (que repito, apensar são paliativas para dar um sentimento se segurança que não é real), é preciso trabalhar em conjunto com professores, funcionários e pais para criar um ambiente escolar seguro e acolhedor, onde todos possam aprender e crescer sem medo.