🚸 Segurança nas escolas: Projetos de lei não resolvem o problema, apenas gastam dinheiro

COMP.

Gente, eu sei que todos estamos com muito medo de tudo isso que tem acontecido nas nossas escolas, mas concordam que não adianta só mostrar serviço sem que resolva o problema de verdade? Em outras palavras, a solução que precisamos não é de “nos sentirmos seguros”, mas de verdade “sabermos que estamos seguros”.

Guarda Municipal armado dentro de uma escola na cidade de Cajamar (SP). / Fotos: Rubens Cavallari.

Ataques recentes a escolas em São Paulo e Santa Catarina levaram a uma onda de projetos de lei voltados para a segurança em instituições de ensino. Estamos falando de mais de 100 projetos de lei protocolados nas Assembleias Legislativas em menos de um mês.

Algumas das medidas propostas incluem:

  • Instalação de portas giratórias, detectores de metais e muros altos nas escolas;
  • Obrigatoriedade de revistas em mochilas dos estudantes;
  • Implementação de sistemas de reconhecimento facial para acesso às escolas;
  • Presença de policiais armados durante o horário das aulas;
  • Capacitação de alunos, professores e funcionários em prevenção e mitigação de atos violentos;
  • Acesso a psicólogos e assistentes sociais para alunos da rede pública estadual.

Embora algumas dessas medidas possam parecer úteis à primeira vista, é importante lembrar que “armas nunca serem solução pra nada”. Investir em educação de qualidade, no bem-estar dos alunos e em políticas de prevenção pode ser muito mais eficiente do que simplesmente transformar escolas em cenários de reality show de segurança.

Olhando para os Estados Unidos, onde mais de 3 bilhões de dólares foram gastos em sistemas de vigilância em 2021, os ataques aumentaram em 2022. Esse dado mostra que a solução não está necessariamente em mais segurança física, mas sim em entender e prevenir as causas que levam a esses ataques.

É essencial repensar as prioridades no investimento na infraestrutura das escolas. Afinal, de acordo com dados do censo escolar de 2021, 30% das escolas públicas brasileiras não têm água tratada, 53% não estão conectadas à rede de coleta de esgoto e 36% não possuem internet em banda larga.

Em vez de focar apenas em medidas de segurança ostensivas (que repito, apensar são paliativas para dar um sentimento se segurança que não é real), é preciso trabalhar em conjunto com professores, funcionários e pais para criar um ambiente escolar seguro e acolhedor, onde todos possam aprender e crescer sem medo.

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