🔦 Um Raio UV Revela Segredos Ocultos dos Evangelhos Antigos 📜

COMP.

Eureca! Um perspicaz pesquisador desvendou um fragmento do Evangelho bíblico cristão, redigido em siríaco antigo, usando uma luz ultravioleta para iluminar o caminho. O intrigante texto, datado do século VI, foi ocultado por séculos após ter sido apagado e reescrito inúmeras vezes.

Esse pedacinho valioso faz parte do Evangelho de São Mateus, que narra a saga de Jesus Cristo em sua vida, ministério, morte e ressurreição. O brilhante arqueólogo austríaco Grigory Kessel, da Academia Austríaca de Ciências, compartilhou sua descoberta em um artigo científico sobre Estudos do Novo Testamento.

Kessel topou com o manuscrito na Biblioteca do Vaticano, identificado como Vat. iber. 4, também conhecido como palimpsesto – uma espécie de pergaminho reciclado. Ele acredita que esse documento pode ser apenas uma peça de um quebra-cabeça muito maior. 🧩

Para decifrar o documento, Kessel o examinou sob luz natural e depois com luz ultravioleta. 💡

Graças à tecnologia, ele percebeu que o texto foi reescrito duas vezes desde sua criação. A segunda vez foi por um escriba georgiano durante a segunda metade do século X.

O manuscrito acabou encontrando seu lar no Mosteiro de Santa Catarina, no Sinai, no sul da península egípcia.

O fragmento é um dos raros textos que comprovam a versão siríaca antiga dos Evangelhos cristãos.

“A tradição do cristianismo siríaco conhece várias traduções do Antigo e do Novo Testamento”. “Até recentemente, apenas dois manuscritos eram conhecidos por conter a tradução siríaca antiga dos evangelhos.”

Grigory Kessel

Um desses textos está na Biblioteca Britânica em Londres, enquanto o outro foi encontrado como um palimpsesto no Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai.

Os fragmentos do terceiro manuscrito foram identificados durante o “Projeto Palompsestos do Sinai”.

O minúsculo fragmento descoberto por Grigory revela uma seção do Livro de Mateus (Mateus 11.30–12.26) e lança luz sobre como os Evangelhos foram escritos.

Por exemplo, enquanto o grego original de Mateus 12:1 diz: “Naquele tempo, Jesus passava pelas searas no sábado; e seus discípulos ficaram com fome e começaram a colher as espigas e a comer”, a versão siríaca relata: “[…] começaram a colher as espigas, a esfregá-las nas mãos e a comê-las”.

O fragmento encontrado no Vaticano representa cerca de 0,6% do texto completo dos Quatro Evangelhos.

Claudia Rapp, diretora do Instituto de Pesquisa Medieval, elogiou a pesquisa.

“Grigory Kessel fez uma grande descoberta graças ao seu profundo conhecimento dos antigos textos siríacos e das características do roteiro”, afirmou ela. “Esta descoberta prova o quão produtiva e importante pode ser a interação entre tecnologias digitais modernas e pesquisa básica ao lidar com manuscritos medievais.”

O artigo, intitulado “A New (Double Palimpsest) Witness to the Old Syriac Gospels (Vat. iber. 4, ff. 1 & 5)”, foi publicado na revista New Testament Studies.

Para os curiosos de plantão, o texto completo pode ser lido no site da revista ou na página Academia.edu de Grigory Kessel. 📚

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